16 de mar. de 2008

Ecossistemas Dependentes

ECOSSISTEMAS DEPENDENTES

As zonas afóticas, destituídas de luz, como as zonas abissais dos mares, abrigam uma variedade relativamente grande de seres vivos, no entanto, essas regiões não são dotadas de seres produtores fotossintetizantes. Desconsiderando a atividade de produtores quimiossintetizantes, a existência de vida nas zonas afóticas deve-se à presença de cadeias alimentares iniciadas por animais detritívoros.

Os detritos orgânicos existentes nessas regiões são oriundos das partes iluminadas superficiais. Por isso, as zonas afóticas podem ser consideradas ecossistemas dependentes.

Sabendo que a energia química contida nos detritos orgânicos vindos das zonas iluminadas superficiais foi produzida à custa de energia luminosa, por meio da fotossíntese, pode-se concluir que mesmo os sares dessas regiões escuras são metabolicamente mantidos por esse tipo de energia.

Em muitas cavernas escuras, os morcegos atuam como elementos mantenedores de vida. Esses animais, em última análise, constituem o elo entre o mundo aluminado e o mundo escuro das cavernas, trazendo para esses ambientes a energia química que adquiriram ao se alimentar de insetos ou de frutas quando voam durante a noite à cata de alimento. As fezes desses animais, ricas em nutrientes, tornam-se a principal fonte de alimento para a comunidade que habita a caverna: grilos, moscas, besouros e mariposas, entre outros seres. Tais animais, alimentando-se diretamente dos excrementos do morcego, servem, por sua vez, de alimento para seres como aranhas e centopéias. Assim, esses seres das cavernas escuras são também dependentes da energia solar.

As cidades, assim como as zonas afóticas, são também consideradas ecossitemas dependentes, uma vez que a maior parte da energia biológica que garante sua manutenção é oriunda de outras áreas, as zonas rurais. Como conisderra Eugene P. Odum, no livro Ecologia (Rio de Janeiro, guanabara Koogan, 1988), as cidades são ecossistemas dependentes de grandes áreas externas para a obtenção de alimento, fibras, metais, água e outros materiais para a sustentação da vida e das atividades nelas processadas.

Fonte: Paulino Roberto Wilson. Biologia 3. Editora Àtica, 15ª edição. 2008

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